terça-feira, 24 de março de 2009

"A árvore dos abraços" em poesia

Era uma árvore vulgar
Que nada aparentava encantar.
Crescia saudável, no ar
Bela sombra para descansar!

Nela faziam casas de madeira,
Um mundo de esperança:
Fantasias e brincadeira
A imaginação de criança.

Certo dia partiram
Da pobre casinha
E deixaram a árvore
Ali, sozinha…

Pássaros, passarinhos
Eram os seus amiguinhos.
Traziam-lhe presentes,
Viviam contentes!

E árvore com gentileza,
Deixava entre os raminhos
Construírem os ninhos,
Com toda a delicadeza.

Uma mãe contava histórias
Para seu filho encantar.
Não ficou só …
Pois a árvore estava adorar!

Certo dia
O menino
veio sozinho
Sem sua mãe.

A sua mãe faleceu
E o menino chorou,
Foi ter à árvore
A qual a abraçou.

A árvore com pena
Muito o quis alegrar.
Não falava essa linguagem
Mas esticou-se para o abraçar!

O menino deixou cair
A cabeça para o lado,
E no colo da árvore
Adormeceu calado…

A árvore ganhou sucesso
Pois os tristonhos,
Recebiam abraços
Muito risonhos!

A árvore ficou conhecida,
Pela árvore dos abraços.
Pois entre as pessoas
Criou muitos laços!

Passado algum tempo,
O menino procuraram
Ele lá estava deitado
Nos ramos que o abraçaram.

Afirmaram que a árvore
O matou.
E com preocupação,
O menino ficou.

Palavras injustas
A árvore recebeu.
O menino acordou
E quase nem se moveu.

Para admiração,
Mãe dele se tornou.
As pessoas intrigadas.
Toda a gente comentou.

Queriam saber
O fruto que dava!
O fruto era bom
Pois nos abraçava!

As pessoas tristes
A procuravam.
E abraços doces
Esperavam…

O menino cresceu
E muito tempo passou.
Levou lá os filhos
Que ela amparou.

A árvore emocionada
Deu abraços calorosos,
Também deu carinho
Com os ramos amistosos!

Sentia-se mãe
E por vezes avó.
Ela, ninguém recusava
E ninguém ficava só.

Uns estranhos surgiram
Para a derrubar.
Eram arquitectos
Que a iam cortar!

A notícia espalhou-se
Pelo vento e os pássaros.
Tudo ficou a saber
Veio gente de países raros!

Uma muralha humana
Os fizera desistir.
Ficaram felizes
De aquilo impedir!

Os amigos da árvore
Compraram o local
Onde ela nascera:
Protegeram a árvore especial.

A árvore secou
E assim morreu,
De cansaço e velhice
Ninguém a viu,
Ninguém a acolheu…

Quando souberam
Vieram despedir-se dela,
Um adeus em abraço
Sem os abraços de canela.

Fiquem certos
Que não há melhor fruto.
O AMOR é um fruto doce
É o maior afecto!

Outra árvore especial?
Não sei se vai haver…
Perguntem à ÁRVORE DO LUAR,
Quem sabe, algo de novo irá nascer!

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